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Mais um mês, mais um episódio de Back to the Future: The Videogame. Se você não se lembra, este é um jogo que adapta as aventuras do filme De Volta para o Futuro, clássico dos anos 80, de forma bem fiel. Na verdade, o jogo não segue a história dos três filmes da saga, ele é baseado em uma aventura original. Interprete-o como se fosse o ''De Volta para o Futuro 4'', por exemplo, e você terá uma noção do que é este novo segmento.
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Produzido pela Telltale Games, o título se passa algum tempo depois do último filme e traz de volta o herói Marty McFly aos holofotes. O jovem começa suas aventuras sem o Doc Brown, que até então estava sumido de Hill Valey e com os bens prestes a serem penhorados. Marty, porém, reencontra o DeLorean, veículo convertido em máquina do tempo que foi destruído no último filme, e segue em busca do bom doutor, lá para os anos 30.
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A partir daí, Marty se envolve em confusões que, claro, mexem com a linha temporal e alteram a realidade no futuro, passado e presente. Interagindo com uma versão mais nova de Emmett Brown, o jovem viajante do tempo encara até mafiosos em suas aventuras nos dois primeiros episódios, em um total previsto de cinco.-
Ok, já fizemos uma boa recapitulação para aqueles que não jogaram os dois primeiros episódios. Mas, afinal, que raio de jogo é esse? Como funciona? Lembra, de alguma forma, aqueles fatídicos games de De Volta para o Futuro? Nem de perto. Este aqui segue o estilo de apontar e clicar, como é costume nos jogos da produtora Telltale Games. Além de ser episódico, claro.
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O funcionamento neste terceiro episódio segue o mesmo estilo do primeiro, apenas com uma brusca mudança de cenário. Se anteriormente a predominância eram os anos 30, aqui a aventura se volta para a Hill Valley da década de 80. Em decorrência dos acontecimentos do capítulo anterior, a cidade se tornou uma espécie de utopia, onde todos vivem sobre regras severas impostas pelo Cidadão Brown, ninguém menos que o Dr. Emmett Brown em uma outra interpretação. O cenário é mais ou menos uma mistura entre filmes como Cidadão Kane e 1984 – com locais repletos de câmeras.
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Marty se depara com novos personagens, além e velhos conhecidos, mas todos em versões ''deturpadas'' de suas contrapartes conhecidas. Jennifer, sua namorada, o odeia por ele ser um ''quadradão'', muito certinho. Essa mudança veio como um alívio para aqueles que não gostaram da repetição de cenários entre os dois primeiros episódios. Porém, ainda não temos sinal do FUTURO, por si só, já que o cenário principal deste capítulo se situa na mesma data de origem de Marty, apenas com a realidade modificada.
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Talvez um problema que fique claro neste episódio seja um pouco a falta de criatividade para desenvolvimento da história. Não vamos soltar nenhum spoiler, mas o capítulo termina de forma similar aos anteriores, bem similar. Ao menos aqui começamos a ter uma importante revelação da trama, sobre quem é o real vilão nesta saga, responsável por praticamente todos os desafios encarados por Marty e Doc Brown.
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É interessante notar também algo que a Telltale faz de curioso por aqui. Já são três episódios e os três se resolvem em torno de um mesmo cenário: a torre do relógio e seus arredores, com uma pracinha e todo o comércio do entorno. Pode parecer uma decisão preguiçosa. Queria a produtora poupar tempo de programar e desenhar novos cenários para os capítulos ainda inéditos? Pode até ser, mas é pouco provável. Talvez a ideia seja justamente mostrar as mudanças de um mesmo local em diferentes eras do tempo. E esta resposta pode ser reforçada nos próximos capítulos.
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O forte do jogo, claro, continua nos diálogos, engraçadíssimos, e no trabalho de voz feito pelos atores. Novamente valem os elogios a Christopher Lloyd, o Doc Brown, e toda a sua sagacidade ao interpretar o mesmo personagem não só em eras diferentes, como também em personalidades diferentes. O tresloucado doutor dá lugar ao Cidadão Brown de forma muito natural e espontânea, um trabalho digno dos filmes clássicos.
-Novamente também ele, A.J. LoCascio retorna também para dar seu tom à dublagem de Marty McFly, que infelizmente não pôde contar com a voz de Michael J. Fox neste game. Em termos de dublagem, ainda temos outra novidade neste capítulo. Claudia Wells, a Jennifer do primeiro filme, está de volta para dar voz à sua personagem. Diferenciais que todo fã adora.
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Como sempre, gráficos não são o forte dos jogos da Telltale e a coisa continua no mesmo sentido por aqui. É muito fácil achar jogos muito mais bonitos por aí, mas os fãs da série De Volta para o Futuro (e também fãs dos jogos da produtora) não irão se importar muito com este quesito. Aliás, isso pode até ser uma boa coisa, já que o game roda mesmo em PCs mais fraquinhos, até em placas de vídeo on board.-
Back to the Future Episode 3: Citizen Brown é mais uma pegada na nostalgia da galera que curte a trilogia de filmes De Volta para o Futuro. A história vai para um lado mais obscuro, mas sem perder o bom humor. Bom humor este, aliás, que faz a graça do jogo, em diálogos superdivertidos, o ponto forte por aqui. Gráficos continuam não sendo o ponto forte (como todos os jogos da Telltale), o que ainda pode afastar alguns menos saudosistas.
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Apesar de mostrar criatividade, a história, porém, parece empacar um pouco neste episódio, com conclusão similar aos anteriores e cenários repetidos (ainda que em épocas diferentes e ainda que isto possa ser proposital, como explicamos). Restam dois capítulos para conferirmos o final de mais esta aventura no tempo. Great Scott!
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