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Polêmico, sensacionalista, selvagem. Ou nem tanto. Left 4 Dead 2 surge pouco menos de um ano depois do primeiro jogo e equilibra desconfianças e novidades. A matança de zumbis no atacado ainda é o principal atrativo, e novos elementos garantem que o jogo seja mais que um pacote de expansão. Mas a mecânica limitada e o estilo de jogo “mais do mesmo multiplicado por dois” favorecem a monotonia a longo prazo.
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Agora você tem quatro personagens para escolher (Nick, Rochelle, Coach, Ellis), missões mais dramáticas e uma tentativa de criar alguma história. Novas armas, tanto de fogo quanto de corpo-a-corpo, inimigos diferentes e novos modos de jogo online também garantem pontos de ineditismo.
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Mas nada disso derruba o fato de que Left 4 Dead 2 só será inesquecível se você tiver uma boa rede de relacionamentos online. Comunicação, entrosamento. Por mais que os novos personagens tenham certa personalidade, e carreguem algumas frases bem posicionadas no roteiro, a história de Left 4 Dead 2 é você quem faz, junto com amigos ou desconhecidos no multiplayer. Matar zumbis offline já não é tão interessante assim como era em 2008.
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O sul dos Estados Unidos se transformou em um Cirque Du Soleil de infectados de variadas espécies. Spitter, Jockey, Mudmen e Charger se juntam aos “veteranos” Smoker, Hunter, Witch, Tank e Boomer. Alguns deles são exclusivos de determinadas campanhas, o que intensifica o fator surpresa desse apocalipse.
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O Spitter lança um cuspe ácido, e mesmo depois de abatido continua causando dano. O Charger parte para cima de um dos sobreviventes, afasta-o do grupo e dá início ao processo de socar sua vítima contra o chão. O baixinho Jockey se prende à cabeça do cidadão e tenta controlá-lo. Variações assim contribuem para o suspense em cada fase, e acrescentam vários níveis estratégicos nas partidas online.
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Outro grande avanço em Left 4 Dead 2 é a atualização da ferramenta AI Director. Em sua nova versão, a invenção da Valve não apenas distribui munições e kits médicos de acordo com o desempenho dos jogadores, mas também altera número de inimigos, condições de luz e estrutura de cada missão de acordo com o andamento de cada fase. Assim, cada jogo é um novo jogo.
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Entre as cinco novas campanhas, destacam-se o pântano e o parque de diversões. Já um passeio pelo shopping traz poucas novidades, e chega a lembrar trechos de Dead Rising.
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É triste relacionar, mesmo que indiretamente, o adjetivo “impreciso” a qualquer projeto desenvolvido pela Valve. Mas a truculência e a simplicidade da série Left 4 Dead nos forçam a isso.
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Fases bem acabadas, armas que funcionam, controles eficazes. Mas basta explodir a boiada de infectados, ou arriscar alguns tiros de longe, para que as imperfeições apareçam. O combate não flui como em Borderlands, os disparos não são precisos como em Modern Warfare 2. A inclusão de novas “armas”, como machado, frigideira e guitarra, por exemplo, contribuem um pouco mais para a ideia de imprecisão.
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Mas, se o que você quer é pipoca e diversão, delete este parágrafo da sua memória e siga em frente.
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Apesar de ter agitado o noticiário com ameaças de boicote, acusações de racismo e banimento na Austrália, Left 4 Dead 2 é mais inofensivo do que pode parecer. Enquanto jogo, um belo avanço em relação ao anterior, com mais detalhes, conteúdo diversificado e atenção ao multiplayer.
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No geral, um projeto pouco ambicioso, que se preocupa mais em preencher lacunas anteriores do que desbravar novas alternativas para o gênero.
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